quinta-feira, 16 de maio de 2019

Ulzhan (Ulzhan) 2007

Algures nas intermináveis estepes da Ásia Central existe um tesouro. Um homem tem a chave para a ele chegar, um fragmento de um mapa antigo. Mas, na sua busca inquieta, Charles não procura fama nem glória. Ele procura uma forma de curar a sua alma ferida. Ele procura por amor, e Ulzhan sentiu isso a primeira vez que lhe colocou os olhos em cima.
Voando por baixo dos radares do regresso do cinema aos westerns que se deu no século 21, vamos encontrar "Ulzhan" (2007), do alemão Volker Schlöndorff. Embora não seja um western americano, nem um filme passado no século XIX, o filme é uma homenagem às formas clássicas do género. Numa entrevista, Schlöndorff disse que tentou, num determinado momento, obter os direitos de usar a música de "The Searchers" (1956), de John Ford, para explicar o paralelismo entre o herói errante de "Ulzhan" e o Ethan Edwards, de John Ford.
O realizador alemão já tinha criado quase-westerns no passado, como foram os casos de "Michael Kohlhaas" (1968), ou mais recentemente "The Ogre" (1996), para não falar do americano "A Gathering of Old Men" (1986). Enquanto que em Kohlhaas e The Ogre essa preocupação envolvia o western filtrado pelo género distintamente alemão do Heimatfilm, a apropriação do western em "Ulzhan" serve fins perfeitamente diferentes. Como filme conduzido pelo seu cenário, "Ulzhan" guia-nos através do deserto cazaque, uma fronteira cultural e intelectual, algures entre o materialismo ocidental e a espiritualidade oriental. Embora Schlöndorff não elimine completamente todas as tradições do pensamento colonialista europeu, em "Ulzhan", ele apresenta, a visão de um cineasta globalizado que tenta confrontar o legado do imperialismo e o potencial para os europeus de ultrapassá-lo. 
Legendas em inglês.  

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