quarta-feira, 6 de março de 2019

Tenebre (Tenebrae) 1982

O escritor de best-sellers de mistério Peter Neal (Anthony Franciosa) viaja de Nova Iorque para Roma para promover o seu novo livro, "Tenebre".  Um assassino obcecado por Neal começa uma série de brutais assassinatos tal como estão descritos no livro. São seguidos por notas enigmáticas tiradas do livro, endereçadas ao autor. Quem vai investigar será o capitão dos homicídios Germani (Giuliano Gemma), e a inspectora Altieri (Carola Stagnaro), que suspeitam de todos, inclusive do escritor.
Em 1982, exausto com a experiência que foi fazer "Inferno", Dário Argento voltaria mais uma vez ao giallo puro, com "Tenebrae", um termo latino que significa escuridão ou sombras. Segundo relatos, uma das inspirações de Argento para este filme foi um stalker que o perseguiu na vida real, durante a rodagem de um filme anterior. Outras das inspirações foram "Sherlock Holmes" de Arthur Conan Doyle e "The Red Shoes", de Michael Powell e Emeric Pressburger. 
De um ponto de vista narrativo, "Tenebrae" não se desvia da impressão deixada com "O Pássaro com Plumas de Cristal", e tal como "Deep Red" usa flashbacks / memórias do ponto de vista do assassino. Mas, mesmo assim nenhum giallo de Argento, até agora, se tinha afastado tanto do tema, como este "Tenebrae". 
Do ponto de vista visual, raramente há um momento em que o filme não ostente habilmente o seu trabalho de câmara acrobático e composições difíceis. Um dos momentos mais memoráveis inclui uma jovem que está a ser aterrorizada por um cão feroz, e sem saber como vai parar ao covil do assassino.
Destaque especial para o elenco, que para além de Franciosa e Gemma, contava com um bom naipe de secundários, que incluíam John Steiner, Lara Wendel, Ania Pieroni, e um tal de Jogh Saxon, que Argento foi buscar directamente ao primeiro giallo, "A Rapariga que Sabia Demais", talvez por alguma razão.

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