Em linhas gerais o que temos aqui é um filme na linha da vingança cega e obstinada, marca registada de Richard Stark, também autor de "à queima roupa" (point blank), de John Boorman, e que trazia Lee Marvin em seu melhor papel. Se Boorman se aproveita da história para criar um filme policial ultramegaestilizado que, em alguns momentos, se torna uma bela investigação sobre a memória, John Flynn, ao contrário, entrega um filme de ação genuíno, perfeito, objetivo. Era essa a sua característica: a objetividade. Talvez ele a tenha herdado de Robert Wise, com quem trabalhou em "homens em fúria" (odds against tomorrow). Ele vai direto ao assunto, sem firulas narrativas, dando a "a quadrilha", com o auxilio luxuoso de uma câmera nervosa, o tom de urgência que a história pede.
O elenco também ajuda - e muito! O papel de Earl Macklin caiu direitinho para Robert Duvall. Quem também está nele é Joe Don Baker (que puta ator!), Karen Black, Tim Carey e Robert Ryan. Com todos esses elementos, por que "a quadrilha" não é considerado um clássico do cinema ao nível de um "gun crazy", por exemplo? Vai saber... E ser subestimado era algo do qual John Flynn sabia. Mesmo tendo feito filmes muito bons como "na solidão do desejo" (the sargeant), "a outra face da violência" (rolling thunder); "a marca da corrupção" (best seller); e "fúria mortal" (out for justice), seu nome é, no mais das vezes, associado pela critica àquela pecha de filmes descartáveis, sem muito conteúdo, sem que neles fossem observadas as sutilezas em sua objetividade realista.
Depois desse filme há que ser pensado: a obra de John Flynn não seria merecedora de uma revisão?
* Texto do Alexandre Mourão.
Link
Imdb
Um ótimo filme-ação para o público que busca uma perseguição inusitada e cheia de surpresas que prendem o "telespec" até o ultimo instante!
ResponderEliminarVi ontem! Que filmaço! Trilha, elenco, direção, tudo! Década de 70, a minha favorita no cinema!
ResponderEliminar