quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Luís da Baviera (Ludwig) 1973

Histórica evocação de Ludwig, rei da Baviera, desde a sua coroação em 1864 até à sua morte em 1886, como um herói romântico. Fã de Richard Wagner, traído por ele, apaixonado pela sua prima, Elisabete da Áustria, abandonado por ela, atormentado pela sua homossexualidade, ele vai caminhando, passo a passo, para a loucura.
Luchino Visconti estava no topo no início dos anos setenta, com um dos seus maiores sucessos críticos e comerciais, "Morte em Veneza" (1971), desempenhando um papel importante no movimento art house da época, e oferecendo um forte contraste com a sua arte com o seu filme anterior, "Os Malditos", uma obra frequentemente censurada. Este último filme foi o primeiro veículo para o seu Muso e companheiro, o actor Helmut Berger, quem Visconti tinha descoberto e num casting para um pequeno papel para uma vurta chamada "La Strega Bruciata Viva", um episódio incluido na antologia "La Streghe". Com uma presença estranha e marcante, Berger, nascido na Áustria, ascendeu rapidamente no mundo do cinema europeu daquela época, com papéis marcantes em vários filmes, incluindo vários dos últimos filmes de Visconti, ou "Il Giardino dei Finzi Contini" de De Sica.
"Ludwig" era uma longa co-produção italo-franco-alemã, sobre o notável "mad king" da Bavária, cujo reinado foi marcado por muita turbulência, indulgência e bissexualidade. Tudo isto contribuiu para uma lenda que ainda perdura hoje. Berger interpreta o monarca atravessando décadas, e incluindo um colorido elenco que conta com Trevor Howard no papel de Richard Bach, Romy Schneider no papel da prima, ou Silvana Mangano. 
"Ludwig" foi um dos projectos mais ambiciosos de Visconti, a parte final da sua chamada "Trilogia Alemã", e da qual fazem parte também "Os Malditos" e "Morte em Veneza", que foram grandes sucessos internacionais, mas este "Ludwig" acabaria por ser dos filmes menos aclamados do realizador, do ponto de vista crítico e financeiro. 
Filme escolhido pelo Nuno Oliveira.

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