sábado, 26 de maio de 2018

Longe da Vista (Longe da Vista) 1998

Eugénio, um simpático sexagenário, cumpre pena numa prisão portuguesa. Para passar o tempo torna-se correspondente de um emigrante português nos Estados Unidos sob o pseudónimo e a personalidade forjada de uma mulher, Maria da Luz. Inventando uma história dramática, Eugénio, obtém algum dinheiro do emigrante que o ajuda a suportar os longos anos de prisão. Um dia, um jovem recluso, Vasco, vem partilhar a cela com Eugénio que lhe revela o seu invulgar passatempo, no qual aquele participa com as suas fotografias. Quando Eugénio morre, doente e desiludido, Vasco pega na caneta e começa a escrever uma carta ao emigrante. 
 Partindo de um argumento baseado em factos verídicos, João Mário Grilo assina um belo, comovente e inteligente drama psicológico sobre a malancolia, a solidão e a amargura da prisão. Rodado em décors reais de instituições prisionais, "Longe da Vista", é um irónico poema sobre a impossibilidade de deter o espírito humano, a partir da história do velho e desiludido recluso que para matar o tempo assume a personalidade de uma jovem mãe solteira com uma atribulada e infeliz vida que vai narrando em longas cartas ao seu correspondente nos Estados Unidos, um emigrante português em busca de uma mulher para casar que se apaixona e comove com as cartas da infeliz portuguesa, nunca imaginando tratar-se de um velho, doente e imaginativo recluso. "Longe da Vista" é um dos filmes mais surpreendentes de João Mário Grilo que deu a Canto e Castro um dos papeis mais marcantes da sua carreira no cinema.

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