domingo, 8 de abril de 2018

Vidas Sem Rumo (Vidas Sem Rumo) 1956

Um bairro com a penumbra dos becos, as vielas tortuosas, os amores e esperanças íntimas: Gaivota, uma pobre tonta, sonha com um marinheiro que Pardal, o rapaz que a adora, deseja ser ele. Marlene, irmã de Gaivota, vive uma cruel realidade com Meia-Lua, um vadio à beira do crime e da violência. À noite, numa velha barca abandonada, Pardal faz-se capitão com outros que lhe dão curso à fantasia, até que o choro duma criança os surpreende. Será necessário protegê-la e, ao suspeitarem da sua origem, o bairro alvoroçar-se-á de desalento, ódio e ameaça…
Sobre este filme, escreveu a crítica em 1956: «Vidas sem rumo não é um passo em frente na cinematografia nacional mas também não é um passo à rectaguarda – o que já é raro e notável. “Vidas sem rumo” pretende ser neo-realista e lírico. É ambas as coisas em extremo, o que resulta numa super realidade poética, estranha e fantástica. “Vidas sem rumo” pretende ser humano. As figuras não são suficientemente analisadas e o nosso contacto com elas é superficial e rápido»
A terceira longa-metragem de Manuel Guimarães tinha argumento do próprio, com diálogos de Alves Redol. Por causa da sua declarada influência da cultura neorrealista foi  visto pelo regime como uma ameaça à sua organização e ordem pública. Depois de três anos de rodagem viu uma grande parte das suas cenas serem censuradas, segundo os autores cerca de 45% das suas cenas foram cortadas, tornando o filme num dos mais tristes casos do cinema português.

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