sábado, 14 de abril de 2018

Arthur Penn - O Ciclo

Arthur Penn era uma contradição entre os cineastas norte-americanos. Membro fundador da geração de realizadores das décadas de 60 e 70 que lançou Steven Spielberg, Francis F. Coppola, Martin Scorsese, ou George Lucas, mas no entanto nunca se juntou a estes nomes, e nunca se sentiu seduzido pelo sistema de Hollywood que estava prestes a dominar. Era um director de teatro bastante premiado, mas considerava isso irrelevante. Também era uma força poderosa da "idade de ouro" da televisão, mas ao contrário dos seus colegas nunca considerou isso como um passo para entrar no mundo do cinema. Na verdade, durante cinquenta anos ele movimentou-se entre os mundos do teatro, cinema e televisão, fazendo apenas aquilo que era do seu interesse, e sempre com grande mestria.
A vida e a arte de Arthur Penn estavam carregadas de ironia, lutava sempre pelos seus ideais num mundo onde pouca gente os parecia ter. Foi sempre um homem devoto à família, mas nunca fez um trabalho sobre uma família funcional. Era um activista da paz, apesar dos seus filmes serem sempre estudos intensos sobre a violência.
Durante os seus dias mais criativos, finais dos anos 60 e início dos anos 70, que é considerada a última grande época do cinema americano, o público e a crítica antecipava cada novo filme de Arthur Penn. Por vezes ficavam chocados (Bonnie and Clyde), outras encantados (Alice´s Restaurant), outras seduzidos (Little Big Man), outras atordoados (Night Moves), ou perplexos (The Missouri Breaks), mas cada filme era sempre um desafio.
Este ciclo que poderão seguir aqui até ao fim do mês debruça-se sobre a carreira cinematográfica de Arthur Penn, e irá incluir todas as 13 longas metragens que ele fez para cinema, ao longo de mais de 30 anos. Esperemos que gostem e sigam o ciclo. Até já.

 

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