sábado, 21 de abril de 2018

Alice's Restaurant (Alice's Restaurant) 1969

No final dos anos 60, Arlo vive numa comunidade pouco convencional localizada numa igreja abandonada. Através da sua música ajuda a amiga Alice, que sonha com uma vida mais estável, e abrir um restaurante. Aos poucos, Arlo percebe a vida rasa e sem sentido que está a levar, e decide partir em busca de realizações.
Depois do fenomenal sucesso de "Bonnie and Clyde", em 1967, o realizador Arthur Penn queria seguir numa direcção diferente, longe de explorar a violência como uma condição humana inevitável. A sua inspiração para o próximo projecto veio de uma fonte pouco provável: de uma balada de blues com cerca de dezoito minutos, intitulada "The Alice's Restaurant Massacree." Numa entrevista a um crítico do New York Times, Penn disse: "Eu ouvi um disco, e isto é um filme. Não sabia que forma iria ter. Parecia ser tão activo e cinematográfico. Tiramos as imagens rapidamente. Foi difícil no entanto, porque não tínhamos uma narrativa forte como tínhamos em "Bonnie and Clyde" para levá-lo para a frente." Mas usando momentos chaves da música, como o confronto com o oficial Obie sobre o despejo ilegal de lixo no aterro da cidade, e as experiências de Arlo no Centro do Exército, o filme de Penn começou a ficar com a sua forma, onde ele esperava encapsular a contracultura dos anos sessenta.
"Alice's Restaurant" foi filmado à volta de Stockbridge, Pittsfield, e Great Barrington, Massachusetts, e New York City. Uma das imagens mais famosas do filmes é o shot final de Alice, sentada sozinha nos degraus da igreja deserta, olhando para um futuro incerto. Penn e o seu editor, Dede Allen, passaram meses a planear esta sequência complicada, que levou horas a ser filmada. Alguns anos depois Sidney Lumet tentou recriar essa cena com Blythe Danner em "Lovin' Molly", uma adaptação de um livro de  Larry McMurtry.
Quando "Alice's Restaurant" finalmente estreou, recebeu críticas moderadas, e esteve longe de ser um êxito de bilheteira, tendo em conta a faixa etária para que era destinado. Muitos argumentaram que Arlo Guthrie não era actor, mas ele estava apenas a fazer dele próprio. Ainda assim, o filme recebeu uma nomeação para os Óscares, para a realização de Penn. Talvez pelo desafio, porque não era normal um filme receber só uma nomeação para os Óscares e ser logo de uma categoria tão importante. Era a terceira nomeação para Penn, depois de "The Miracle Worker" e "Bonnie and Clyde". 
Sem grandes estrelas, o filme trazia também para a ribalta uma série de novos actores, e alguns deles viriam a almejar algum sucesso: Patricia Quinn, James Broderick (o pai de Mathew Broderick), Tina Chen, Pete Seeger (um cantor de folk), e o nosso bem conhecido M. Emmet Walsh. Guthrie teve algumas participações noutros filmes, mas esta foi a sua única participação como protagonista.

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