segunda-feira, 12 de março de 2018

Cinema Olho (Kinoglaz) 1924

 Este documentário promovia as alegrias da vida numa vila soviética, e centrava-se em volta das actividades dos jovens pioneiros. Estas crianças estavam constantemente ocupadas, colando cartazes de propaganda em paredes, distribuíam panfletos de mão em mão, para incentivarem as pessoas a comprarem da cooperativa, como oposição ao sector público, promovendo os seus aliados e ajudando os pobres.
Para um filme projectado para mostrar os aspectos positivos da Revolução, "Kino-Eye" é desarmantemente franco sobre a pobreza e a corrupção na sociedade russa dos anos 20. A quinta bobine do filme é um catálogo de doenças sociais: mercado negro, viciados em cocaína desabrigados dormindo nas ruas, e presos que se arrastam à volta de um hospital psiquiátrico estatal.  Mas este material muito grave e deprimente é muito bem compensado pela excelente montagem de "Kino-Eye".
 "Kino-Eye" é o primeiro documentário de longa-duração de Dziga Vertov, e é feito, não de "found footage", como era então habitual no realizador, mas sim de shots filmados de propósito. A estratégica foi anunciada num jornal pouco antes da estreia do filme: "o Kino-Eye é composto por uma câmara de filmar e duas ou três pessoas, partiram numa viagem para o "campo dos pioneiros", través dos pátios dos camponeses, através dos campos, através dos mercados e favelas da cidade, com uma ambulância para um moribundo, olhando para todos os pequenos cantos da vida social. Olhou e filmou vida, que não foi alterada pela sua presença, não suavizou nada, porque ninguém sentiu a sua presença."

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