terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

O Arco (Hwal) 2005

Nos anos 60, num barco de pesca em alto-mar, um homem cria uma jovem desde quando era bébé. O combinado é que se casariam quando ela completasse 17 anos e falta um ano para que tal aconteça. Eles vivem de uma forma simples, rezando e alugando o barco para pescadores, mas as coisas mudam quando um jovem tripulante entra nas suas vidas.
"Kim Ki-duk e os seus filmes estranhos e poéticos. “O Arco” é ousado, corajoso, desconcertante, incómodo, bizarro e quem o assiste sente esse peso nas próprias costas, não pelas cenas fortes, mas pelo tema que é tratado, ainda mais na atualidade que casos do tipo ocorrem com frequência. O grande mérito do filme é a capacidade extrema de provocar essas sensações. Só não é considerado o teor muito controverso porque o Kim sabe fazer filme com muita beleza e sensibilidade, um exercício musical e de poesia, um “cinema-arte” tocante. A banda sonora, como já foi destacada pelos críticos, tem uma fusão despadronizada e arrepiante com as cenas, elevando ainda mais os sentimentos.
O desenrolar da história é de um total anticlímax, desejamos profundamente uma reconciliação heróica por parte do senhor homem, todavia, percebemos a pura realidade de um filme fora dos arquétipos, que possivelmente isso não aconteça, que possivelmente não nos agrade em termos de ideologia, mas nunca em termos cinematográficos, porque tudo é feito com muita dignidade."

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