quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Eu, Tu e Todos os que Conhecemos (Me and You and Everyone We Know) 2005

Uma cidade qualquer nos EUA. Los Angeles, talvez. Uma crónica sobre pessoas vulgares que se tornam pessoas extraordinárias, num mundo em que o mundano pode ser transcendente. Christine Jesperson é uma artista solitária e condutora de um táxi para idosos. Richard é um vendedor de sapatos recém-divorciado, pai de dois filhos, e que anseia porque lhe aconteçam coisas extraordinárias. Mas quando conhece a frágil e cativante Christine entra em pânico. Destemida, mas também intensamente frágil, Christine só quer ser amada e Richard, algo excêntrico e decididamente perdido, parece-lhe irresistível. 
"Me and You and Everyone We Know," vencedor de prémios em Cannes e em Sundance, é o primeiro filme de Miranda July, e a sua abordagem de olhos abertos e questionáveis pode parecer quase ingénua. Mas esta inocência, que tanto nos pode atrair como provocar o sentimento contrário, é mais um efeito calculado do que uma simples expressão de uma sensibilidade caprichosa.
Antes de entrar para o mundo dos filmes, July era uma artista conceptual (trabalhava em vídeo e outros meios de comunicação), uma procura que exigia uma autoconfiança mais profunda, bem como uma vontade de olhar até para os objectos e eventos mais triviais como material potencial para a estética da transformação. Embora o filme tenha uma clara linha narrativa, e possa até ser classificado como uma comédia romântica, é também um artefacto visual meticulosamente construído, apresentando de uma forma divertida as qualidades a arte de instalação às convenções do cinema narrativo. 

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