sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Amor (Szerelem) 1971

Passado no início da década de cinquenta, uma era de perseguição política sob o domínio de Mátyás Rákosi, época em que muitos húngaros foram presos ou executados. Luca (Mari Töröcsik), depois de ver o marido ser preso e não ter mais notícias sobre a sua condição, o estado de saúde, ou sequer saber se ele está vivo ou morto, decide começar a visitar a sogra (Lili Darvas) frequentemente para não deixar que a senhora descubra que o seu filho está preso, fazendo com que a idosa continue a acreditar que o filho está a fazer um filme em Nova Iorque. 
Muitas sequências são inteligentemente interrompidas com imagens de flashbacks, memórias e pensamentos, que nos deixam ler a mente das personagens fornecendo também pistas sobre o relacionamento destas. Algumas destas imagens sugerem que bem lá no fundo a sogra talvez saiba a verdade, mas é mais feliz a acreditar nesta verdade alternativa. As interpretações destas duas mulheres (de Lili Darvas e Mari Törõcsik) são absolutamente incríveis, e são apresentadas muito subtilmente o que evita que o filme se torne demasiado sentimental ou sombrio, apesar do tema ser muito emocional ou político. 
Ao minimizar o aparecimento das forças da autoridade apenas para o mínimo requerido pela narrativa, Makk permite-nos concentrar nos mínimos detalhes sobre o amor, a perda, e a recuperação.
No festival de Cannes de 1971 ganhou o grande prémio do Júri, colocando no mapa do cinema internacional o realizador Károly Makk. As duas actrizes, Torocsik e Darvas também ganharam uma menção especial pelas suas interpretações. Lili Darvas tinha 69 anos na altura, e participaria aqui no seu último filme, depois de uma carreira em que trabalhou sobretudo para a televisão. Falecia em Nova Iorque, três anos depois. 

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