quarta-feira, 21 de junho de 2017

O Autocarro (Otobüs) 1975

Este filme apresenta-nos o ponto de vista de nove imigrantes, que viajam num autocarro das áreas rurais da Turquia directamente para uma das mais modernas cidades, Estocolmo. São enganados por um contrabandista, que lhes ficou com o dinheiro e o passaporte com a promessa de lhes arranjar um emprego na Suécia. Quando chegam a Estocolmo, sendo eles completamente estranhos à cidade e cultura, sem ter onde ir e sem dinheiro para comprar comida, o único lugar onde encontram refúgio é o autocarro onde viajaram, estacionado num local muito central da cidade, durante um inverno bastante frio. O medo de serem apanhados pela polícia e recambiados para o seu país de origem obriga-os a esconderem-se dentro do autocarro durante o dia, e durante a noite fazem a dura luta pela sobrevivência. Durante estas excursões nocturnas observamos como estes camponeses vivem a vida nocturna na cidade. 
O filme mostra-nos como alguns dos aspectos considerados aceitáveis da vida quotidiana (como o consumo de álcool, a nudez, a sexualidade e a homossexualidade) são considerados perversões para as pessoas estrangeiras. E é por isso que quase todos os cidadões locais são retratados como hostis, pervertidos, racistas, arrogantes, cruéis e implacáveis. Por outro lado, todos os nove cidadãos turcos são vistos como ingénuos, e quase totalmente ininteligentes. Mesmo com o filme a tratar dum tema sempre quente como a emigração não lida com o tema de uma forma muito profunda, mesmo assim sendo considerado dos melhores filmes turcos dos anos 70.
Vencedor de vários prémios em festivais internacionais, ainda que menores, era o filme de estreia de Tunç Okan, um actor tornado realizador, que contava no seu repertório já com algumas interpretações importantes. 
Legendas em inglês.

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Imdb

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