quarta-feira, 10 de maio de 2017

Strange Circus (Kimyô na Sâkasu) 2005

Em Tóquio, a jovem Mitsuko, de doze anos, acidentalmente vê os pais a fazerem sexo no quarto, e a partir daí, Ozawa Gozo, que é o seu pai disfuncional e pervertido, além de ser o director da sua escola, obriga-a a assistir a mais actos com a sua esposa. Depois o pai viola Mitsuko e obriga a mãe a assistir a esta relação incestuosa, com a mãe a sentir ciumes da própria filha. Esta família disfuncional é afectada primeiro por um assassinato, depois por uma tentativa de suicídio. Mas esta história bizarra é, na verdade, um romance escrito pela escritora incapacitada Taeko, que se desloca numa cadeira de rodas. O seu assistente Yuji tem a missão de descobrir a verdade que está por detrás desta história, mas essa realidade pode ser cruel demais para ser suportada...
Se os fãs de Sion Sono achavam que ele tinha chegado aos limites do perverso com "Suicide Club", estavam muito enganados. "Strange Circus" era ainda mais perverso e o seu filme mais perturbador, ao lidar com temas tabus como o incesto, a violação, a pedofilia e a transsexualidade, além de outros temas que qualquer realizador comum jamais ousaria tocar. 
Sono pinta uma tela de sangue vermelho, com alguns dos personagens mais extremistas já testemunhados num filme, além de incluir alguns elementos do teatro Grand Guignol, uma companhia especializada em espectáculos de terror naturalista, e escreve um argumento extremo e totalmente surreal. Ainda compõe uma banda sonora assombrosa para acompanhar as suas imagens grotescas.
Comparado com os seus filmes anteriores, este já tem uns valores de produção bem mais elevados, tal como se pode ver na opulência da cena de abertura, com os seus cenários coloridos e personagens espalhafatosas.  Ganhou um prémio no festival de Berlim, e em Portugal revelou-se com o festival Motelx.

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