terça-feira, 7 de março de 2017

La Ardilla Roja (La Ardilla Roja) 1993

Jota está quase a cometer suicídio. Enquanto trava uma luta contra si próprio para se atirar de uma ponte uma jovem cai de uma ponte enquanto conduzia uma moto. Jota corre para ajudá-la, e vai com ela até ao hospital. Ela não se lembra de nada, nem do seu nome, e Jota inventa-lhe uma vida, dá-lhe um nome, e conta-lhe que vivem juntos desde há alguns anos como um casal. A questão é, até quando pode durar esta mentira?
Julio Medem apresenta-nos um filme inteligente e perspicaz sobre a natureza do amor e da ilusão. Através da imagem recorrente da água Medem cria uma metáfora visual para a imagem criada e insustentável de Jota sobre Lisa:a sequência de abertura de um nadador subaquático, o reservatório no lago na parque de campismo, a referência lúdica de Jorge sobre Lisa como "sereia", a imagem de um carro a mergulhar no mar. Em essência, a amnésia de Lisa fornece a oportunidade perfeita para criar figurativamente um ideal semelhante a "Pigmaleão", uma mulher que foi mentalmente modelada do amor não realizado de Jota, e da sua relação falhada. No entanto, ao contrário de Galatea, o que resulta é uma imagem superficial e vazia de uma fantasia elusiva, e inevitavelmente, é o enigma da identidade real de Lisa que o atormenta.
O segundo filme de Julio Medem foi exibido no Festival de Cannes, onde ganhou o Prémio da Juventude. Os protagonistas Emma Suárez e Nancho Novo eram actores recorrentes na filmografia de Julio Medem, assim como alguns secundários. A presença de Maria Barranco no elenco também é uma boa ajuda.

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