segunda-feira, 20 de março de 2017

A Vida de Pasteur (The Story of Louis Pasteur) 1936

Paris, 1860. O químico Louis Pasteur é considerado um charlatão entre a comunidade  médica por advogar que os médicos e os cirurgiões devem lavar as mãos e ferver os seus instrumentos para destruir micróbios que podem matar os seus pacientes. Depara-se com esta crença ao descobrir organismos microscópios no vinho azedo, organismos que podiam ser mortos se aquecidos convenientemente. A crença da comunidade científica em geral é que os organismos são o resultado da doença e não a causa. Esta crença persiste apesar de cerca de 30% das mulheres morrerem durante o parto originando 20 mil mortes por ano apenas em Paris. Esta discussão vai levar Pasteur numa grande cruzada, até a uma reunião com o imperador Napoleão III e o seu físico Dr. Charbonnet, que é um dos maiores opositores de Pasteur. 
Este foi um dos filmes, talvez o principal, que ajudou a estabelecer o que hoje chamamos de "biopic" como um género legítimo de filmar, e o primeiro a tomar como herói uma figura importante da ciência. Ninguém era capaz de prever se o filme seria suficientemente interessante para uma audiência mainstream, e nem sequer o produtor, Jack Warner, tinha fé no projecto. Mas o resultado final ultrapassaria em muito as expectativas, e os seus padrões seriam reproduzidos em muitos filmes subsequentes, como "The Life of Emile Zola", "Dr Ehrlich’s Magic Bullet", "A Dispatch From Reuters", "Edison The Man", "The Adventures of Mark Twain", continuando a ter influência em muitos filmes contemporâneos como "A Beautiful Mind", ou "The Great Debaters". O visionário heróico e a sua visão única ultrapassaram as forças da reação, da intolerância, normalmente recriadas por algumas personagens inventadas que têm de se converter ou comer o seu chapéu no final. Esta personagem aqui é o Dr Charbonnet (Fritz Leiber), físico da corte de Napoleão III. 
O sucesso do filme de William Dieterle chegaria aos Óscares, conquistando três estatuetas. Paul Muni ganhava o Óscar de Melhor Actor, no papel de Pasteur, e o filme levava ainda para casa os prémios de Melhor História Original e de Melhor Argumento, para além de uma nomeação para Melhor Filme. Muni apesar de já ter trabalhado com Dieterle em "Dr, Sócrates" iniciaria aqui uma colaboração com Dieterle no terreno dos biopics, retratando diversos heróis da história nos anos seguintes, tais como Benito Juarez ou Emile Zola.  

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