Gringo Bill Tate (Lou Castel) viaja de comboio para Durango, no México da década de 1910, uma época de revolução de bandos de bandoleros errantes. Depois do comboio ser emboscado pelo gang de El Chucho (Gian Maria Volonté), Tate tira o melhor partido da situação, e depois de ser baptizado por El Niño, junta-se aos bandidos que estão a colecionar armas para o revolucionário General Elias. Mas na realidade, Gringo tem um plano secreto, que já está a ser posto em prática...
Muito violento para a sua época, é um filme cheio de acção e com um grande sentido de humor, fortemente politizado. O argumento é escrito pelo criador do argumento de "A Batalha de Argel", de Gillo Pontecorvo, Franco Solinas, (que também escreveu o argumento de outros filmes politizados, como "Salvatore Giuliano", "Tepepa", "Queimada", "La Resa Dei Conti", "État de Siège", ou "Le Soldatese", que vimos recentemente no ciclo de Zurlini), e é um filme solidário com os revolucionários de esquerda. A sequência final não faz mistério sobre a tendência política deste filme de Damiano Damiani, mas, no entanto as coisas não são tão simples assim, os bandoleros também participam em invasões de casas particulares, que expôe o lado obscuro do movimento para a redistribuição de terras mostrando a ganância que não é menor do que a dos ricos proprietários das terras.
.Este filme é muitas vezes interpretado como uma alegoria sobre o envolvimento dos Estados Unidos nas políticas sul americanas. Em 1966 não havia qualquer evidência de actividades ilegais da CIA, mas havia muitos rumores, e na altura que o filme foi lançado era difícil não interpretá-lo doutra forma, a não ser do envolvimento externo dos americanos. Tal como a maioria dos argumentistas "comprometidos" dos anos sessenta, Solinas era marxista. Era um teórico bem versado em teorias marxistas, e isso reflecte-se inevitavelmente nas suas narrativas e caracterizações. Este filme acabaria por dar inicio a um novo sub-género dentro do "spaghetti", chamado Zapata. Não teria muitos seguidores na tela, mas os poucos que teve seriam de inegável importância.
Nota: não confundir o título em português com o filme de Sérgio Corbucci com o mesmo nome. Também ele um western Zapata, e que em Portugal ficou com o título de "Pistoleiro Profissional".
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Obrigado, Francisco, por nos fazer degustar os Spaghetti.
ResponderEliminarPrefiro o filme IL MERCENARIO, de Sergio Corbucci, do que este de Damiani.
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