Franco Nero interpreta Keoma, um meio-indío que regressa a casa da Guerra Civil, e encontra-a sob o comando de Caldwell, um ex-confederado e o seu bando de bandidos. Para fazer as coisas piores, os três meio-irmãos de Keoma juntaram forças com Caldwell, e deixam dolorosamente claro que o seu regresso não é bem vindo. Determinado a derrotar Caldwell e os seus irmãos do controlo da cidade, Keoma junta-se ao antigo capataz da quinta do seu pai, para derrotar os adversários.
Alternando entre a epatia e o brilhantismo, entre o monstruosamente kitsch e o mais profundo significado alegórico, "Keoma" foi o último grande spaghetti numa altura em que o género já estava morto. Com as suas imagens crepusculares e os seus temas apocalípticos, "Keoma" tornou-se o epónimo desses chamados "twilight westerns" (não confundir com os westerns americanos sobre a morte do Oeste), que marcaram a última desesperante tentativa de revitalizar um género que nesta altura apenas sobrevivia da auto paródia e da comédia. Mesmo o sucesso de "Keoma" não conseguiu recuperar o interesse do público por mais do que este filme em particular. Em parte fascinante, "Keoma" foi o mais ambicioso e melhor dos westerns de Enzo G. Castellari, ganhando um fenómeno de culto que vingaria até aos dias de hoje.
É um filme místico, simbólico e referencial. Com tocas a iluminarem a cidade à noite, cidade que mais parece uma cidade medieval do que uma cidade do oeste tradicional. Existem algumas semelhanças com "O Sétimo Selo" de Ingmar Bergman (a praga, a atmosfera de decadência) e as idéias cristãs sobre a morte e ressurreição são fundidas com o ciclo da destruição e renascimento da religião natural. Quando uma velha mulher lhe pergunta porque ele voltou, Keoma diz que o mundo continua a girar, e o homem acaba sempre no mesmo lugar. Originalmente esta mulher era para simbolizar a morte, mas a idéia acabou por ser alterada, e ela é agora uma deusa com o poder de decidir entre a vida e a morte.
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"Keoma" é um bom western mas nunca foi dos meus preferidos. Realizados por Castellari prefiro registos como "Johnny Hamlet" e "Mata Todos e Volta Só", ambos de 1968.
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