quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Cara a Cara (Faccia a Faccia) 1967

Depois do grande sucesso comercial de "The Big Gundown", o primeiro western de Sollima, o mesmo voltou ao género logo de seguida, voltando a reunir-se com Tomas Milian, para "Faccia a Faccia". Ao lado de Tomas Milian, como o fora-da-lei Solomon Beauregard Bennet, encontrávamos outra grande estrela do género, que vinha dos filmes de Leone, Gian Maria Volonté como Brad Fletcher, um professor a morrer de uma doença nos pulmões.
O filme começa com o rapto de Fletcher por Beauregard, que originalmente leva Fletcher como refém, mas os dois começam a formar uma amizade depois de o raptado ajudar o raptor, acabando também por se tornar num fora-da-lei. Beauregard ensina-o a disparar uma arma, introduzindo-o a um mundo violento do qual ele não estava familiarizado, assim como também o introduz ao seu bando. 
A progressão da narrativa é dominada por estas duas personagens, nas mudanças dos seus comportamentos e atitudes. Enquanto ocorrem eventos importantes dentro da história, assaltos a bancos, e planos para capturar esta dupla pelos agentes policiais, é a relação entre os dois, e o seu gradual desenvolvimento que faz deste filme uma obra tão fascinante. Há um interruptor fundamental no comportamento dos dois personagens. Fletcher começa o filme como um intelectual, incapaz de disparar uma arma, muito distante do mundo fora da lei de Beauregard, que começa o filme do lado oposto. Os dois personagens vão inverter os papéis, mas não é uma simples mudança directa, porque Beauregard começa a perceber que existe muito mais vida para além daquela que ele conhece, enquanto Fletcher se vai tornando em algo ainda mais desprezível e destrutivo do que o seu mentor. 
Com uma banda sonora de Sérgio Morricone, e um argumento de Sergio Donati, que escreveu todos os westerns de Sollima, além de "Aconteceu no Oeste", "Faccia a Faccia" é um dos mais importantes spaghettis de todos os tempos. 

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