Um líder rebelde do Congo é capturado e preso com dois criminosos brancos. Maurice Lalubi (Woody Stroode) é atirado para a cadeia com um soldado e um ladrão italiano. Este trio é torturado às mãos dos captores, enquanto um regime militar recém formado decide o destino do insurgente. Todo o horror do confronto é visto através dos seus olhos, ao longo do interrogatório e tortura de Lalubi. Só que a sua morte eminente poderia transformá-lo num mártir e trazer problemas para o novo governador.
O mais próximo que Woody Stroode tinha estado de um papel de protagonista num filme americano, tinha sido em "Sargento Negro" (1960), de John Ford, onde ele interpretava o personagem do título, e mesmo assim só aparecia em quarto lugar no cartaz, atrás de Jeffrey Hunter, Constance Tower e Billie Burke. Num irónico twist, Stroode teve de viajar até Itália para finalmente ser reconhecido, e apesar de ser dos seus filmes menos conhecidos, acabou por ser uma das suas maiores prestações.
Baseado na captura, tortura e execução de Patrice Lumumba, o primeiro legalmente eleito primeiro ministro da Républica do Congo, coloca a personagem principal no centro de um drama angustiante, apresentado como uma ficção, mas que realmente é a reconstituição dissimulada de eventos reais, que foram manipulados para obter vantagem política de países como Estados Unidos e Bélgica. Stroode interpreta um lider rebelde depois de uma ditadura militar tomar o controle do país. Os paralelos entre os últimos dias de Cristo e este filme são bastante óbvios, com Valerio Zurlini a dirigir de mão pesada a representação dos ideais elevados de um homem que se recusa a comprometer as suas crenças, mesmo quando isso significa a morte certa.
É dos filmes menos populares de Zurlini, o que não surpreende, dada a temática complicada. Nunca estreou em Portugal e na América chamou-se "Black Jesus".
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Imdb
Grande filme.
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