terça-feira, 31 de maio de 2016

Pale Flower (Kawaita Hana) 1964

Muraki, um gangster da Yakuza, acaba de ser libertado da prisão depois de cumprir uma pena por assassinato. Revisitando o seu velho vício do jogo ele conhece Saeko, uma mulher notável da classe alta que procura emoções, e cuja presença apimenta os antiquados rituais do antiquado submundo masculino. Muraki torna-se o seu mentor, e simultaneamente envolve-se com ela, levando-o a envolver-se mais com o mundo do crime.
"Pale Flower", de Masahiro Shinoda, abre com uma sequência quase perfeita que diz praticamente tudo o que o filme tem a dizer sobre as personagens principais. Centrado à volta de uma casa de apostas, a câmara move-se à volta de muitas pessoas que tentam a sua sorte, onde se encontram a mulher bonita e o presidiário. É uma sequência virtuosa, mas o que a torna tão inebriante é a fantástica música de Toru Takemitsu, um dos maiores compositores japoneses de todos os tempos.
"Pale Flower" é um dos filmes mais poderosos sobre o mundo da Yakuza, com Masahiro Shinoda a homenagear o film noir americano, embora com algum desespero. Passado na década de 40, vamos encontrar um protagonista solitário com um carácter obsessivo. Shinoda vai buscar muita influência ao Film Noir Americano e à Nouvelle Vague, com uma história sombria, niilista, que não oferece redenção ou qualquer recompensa emocional para os moralmente corruptos protagonistas.
O preço para a liberdade criativa por vezes é elevado, e este filme esteve arquivado durante meses, depois do co-argumentista Masaru Baba acusar o próprio realizador de anarquista, considerando o filme mais preocupado com a parte visual do que com a história. Shinoda acabou por conseguir lançar o seu filme, mas os estragos já tinham sido feitos. O realizador, com outros realizadores que trabalhavam para o Shochiku, acabaram por deixar o estúdio para sempre.

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