segunda-feira, 4 de abril de 2016

Crime e Castigo (Prestuplenie i M0akazanie) 1970

Raskólnikov, um pobre ex-estudante de direito, assassina uma velha senhora e a sua irmã, talvez por dinheiro, talvez para provar uma teoria sobre estar acima da lei. Ele chama a atenção da polícia através de procedimentos normais (era cliente da vítima), mas as suas perturbações fazem dele o principal suspeito do inteligente Porfiri. Enquanto isso, redemoinhos de vida giram em volta de Raskólnikov: a mãe e a irmã também vêm à cidade seguidas por dois homens mais velhos que estão em busca da mão da sua irmã, ele encontra um funcionário bêbado que é, então, morto num acidente de trânsito, e apaixona-se pela filha desse homem, Sónia, uma jovem prostituta.
Qualquer pessoas que goste do livro clássico "Crime de Castigo", de Dostoiévski, não consegue deixar de ficar arrebatado por este clássico do cinema soviético. Captura o coração e a alma, mais pormenorizadamente do que qualquer outra obra cinematográfica. Talvez isso aconteça por o realizador, Lev Kulidzhanov, ser russo, porque a todos aqueles que não são russos requer um pouco de imaginação para perceber o livro.
O filme é visualmente deslumbrante, e do elenco Kulidzhanov consegue retirar algumas interpretações de tirar o folego. Georgi Taratorkin é totalmente convincente como o assombroso e conflituoso Raskolnikov, com as profundezas das suas emoções a jogarem com os seus olhos escuros e expressivos. Maya Bulgakova brilha como  Katerina Ivanovna, enquanto Innokenti Smoktunovsky destaca-se como o detective Porfiri. Também Tatyana Bedova é simplesmente sublime no papel de Sonia. Smoktunovsky já tinha sido visto no Ocidente no papel do "Hamlet" russo, realizado por Grigori Kozintsev, alguns anos antes. Com este papel arrecadava um prémio de melhor actor em Veneza. 
É um filme frio e claustrofóbico, tal como seria de esperar do cinema russo em geral, e é provavelmente a melhor adaptação para cinema de qualquer obra de Dostoiévski.

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