terça-feira, 1 de março de 2016

Sofia e a Educação Sexual (Sofia e a Educação Sexual) 1973

Sofia regressa dum colégio na Suíça, onde passou a infância e para o qual foi enviada pelo pai, Henrique, após a morte da mãe. Instalada na antiga e luxuosa mansão que a família possui em Cascais, Sofia descobre, através da relação de Henrique com a amante Laura, uma vida social complexa, egoísta, hipócrita, que lhe era desconhecida mas à qual não pode escapar...
"Primeiro trabalho cinematográfico de Eduardo Geada, "Sofia e a Educação Sexual" marca a irrupção do desejo na esfera do cinema português. Não apenas o erotismo (aflorado já em "A Promessa" por exemplo) mas o próprio sexo, enquanto mecanismo de corpos, de olhar, de instituição.
Filmando os interiores burgueses, Geada filma os ritos, o auto-espectáculo dessa burguesia, as regras de comportamento que a enformam, os códigos. Atento, Geada aguça aqui o seu olhar (de) crítico. Houve quem falasse num filme demasiado cerebralizado, com riscos de monta (como o plano fixo de Luísa Nunes repetindo "amo-te Jorge"), a crítica dividiu-se na sua estreia. Mas Geada aflora o murmúrio e a obscuridade, a perversão cinéfila e a transgressão calculada, a mercadoria do sexo e a fascinação/repelência do charme. Inventa um rosto no ecrã do cinema português: Luisa Nunes que, com esta presença solitária, deixou marca na memória. Lança, fora dos circuitos do cinema do nacional-cançonetismo Io Apoloni - e com sucesso. Consegue, de Costa e Silva, uma fotografia excepcional. Aproveita e acentua, de Artur Semedo e Carlos Ferreiro, aptidões comprovadas.
Para além de tudo faz um sucesso comercial." Jorge Leitão Ramos.

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