segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Escândalo de Amor (Cronaca di un Amore) 1950

Paola Fontana (lucia Bosé) é incrivelmente bonita, e casada com um homem muito mais velho e extremamente rico. Antes do casamento, alguns anos antes, ela teve um caso com Guido (Massimo Girotti) que estava envolvido com outra mulher na altura. Os dois deixaram-na caír para um poço de um elevador, e podiam-na ter salvo. Esta morte vai influenciar para sempre a relação dos dois, que se separaram, embora ainda se amem. E um estranho começa a investigar a história.
Em 1950,  Michelangelo Antonoini tinha feito uma série de curtas documentários, e a sua longa-metragem de estreia mostrava o seu futuro estilo quase totalmente formado. De certa forma, antecipava a obra-prima "L'Avventura" (1960), mas também devia muito aos filmes de crime, e noirs, como "Ossessione" (1943), de Luchino Visconti.
Tal como em  "L'Avventura", a suposta busca não importa tanto como o sentimento de isolamento, e desconexão com a realidade. Antonioni já tinha aprendido a colocar as suas figuras solitárias em paisagens desoladas, vazias e industriais, separá-las e fazê-las sentir sem vida. Mas "Cronaca di un Amore", foi feito antes do realizador se tornar conhecido nos anos sessenta, mas o filme já tem os seus momentos de paixão e suspense. 
É um filme admirável pela sua brilhante mise-en-scène, pela sua câmara móvel inovadora que rodopia em torno dos personagens inquietos, com grandes desempenhos conseguidos por todo o seu elenco, apesar das grandes diferenças de experiência e para a abordagem "maverick" do realizador em se distanciar da estética pós-guerra dos filmes italianos da altura. Lucia Bosé tinha apenas 19 anos, e estreava-se no mundo do cinema nesse ano. Girotto já tinha uma carreira considerável, incluindo a protagonização de "Ossessione". Estão os dois brilhantes.

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