segunda-feira, 27 de julho de 2015

Tirania (Goyokin) 1969

Tatsuya Nakadai interpreta um samurai perseguido pela culpa pela sua parte inconsciente no massacre de uma pequena aldeia. Agora é um ronin, e fica a saber que o seu antigo clan pretende fazer outro massacre a outra aldeia. Determinado a detê-los, ele irá passar por grandes dificuldades, na tentativa de se redimir do erro do passado.
"Goyokin", de Hideo Gosha, é um filme absorvente, incrível visualmente, embora pouco visto, de entre os filmes de samurais, que consideras temas como a honra, o dever e a lealdade, mas fá-lo com um toque dinâmico, e uma sensação não muito subtil de indignação com o derramamento de sangue, para ganho pessoal ou político. 
Ao longo do filme, Gosha encontra maneiras criativas de ensaiar a acção (uma sequência envolvendo um Nakadai capturado é extremamente inteligente), com confiança,  que demora o seu tempo para que o público compreenda os pormenores do que está a acontecer, e usando o mesmo método de Kurosawa, que coreografava as suas cenas de modo a que o espectador pudesse perceber o local geográfico onde estavam situados, e a relação entre os personagens que estavam de cada lado.Outros aspectos da produção eram impecáveis, como a fotografia deslumbrante de Kozo Okazaki, ou a superba banda sonora de Masaru Sato.
O filme parece ter sido uma colisão feliz de talentos de fontes diferentes. Era uma co-produção entre a Tokyo Eiga (uma divisão da Toho) e a Fuji Television, com quem Gosha tinha contrato. A maior parte dos actores eram free-lancers, embora Ruriko Asaoka há anos que tinha contrato com a Nikkatsu, e Natsuyagi  fosse emprestado pela Toei. O sucesso desta e de outras grandes produções do final dos anos sessenta levaria a mais do mesmo em 1970-71, muitas vezes com combinações entre Nakamura, Asaoka, Toshiro Mifune, Shintaro Katsu, e Shintaro Ishihara, mas nenhum deles iria atingir a grandeza de "Goyokin".
 

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