domingo, 26 de julho de 2015

Samurai Rebellion (Jôi-Uchi: Hairyô Tsuma Shimatsu) 1967

No Japão, em 1725, durante um tempo de paz, Isaburo um samurai veterano pertence a um clã local, leva uma vida tranquila com o filho e a esposa. Mas um dia, a sua honra e os seus princípios morais entram em conflito aberto com os do seu clã. O confronto é inevitável e vai ter consequências inesperadas.
Masaki Kobayashi apresenta-nos um exame sublime e assombroso da desumanidade, conformidade e abuso do poder, em Samurai Rebellion. Através de composições altamente formalizadas e meticulosas, Kobayashi reflecte o rígido código de conduta, o comportamento estruturado e a supressão da vontade individual que definem a existência diária sob o domínio de Tokugawa. As sequências panorâmicas em exteriores contrastam com o isolamento do interior do país, que servem também para reforçar um sentimento de aprisionamento e inevitabilidade da classe social, a intrasigência de Takahashi em aceitar a recusa da oferta a  Isaburo.
Em "Samurai Rebellion", tal como no mais famoso filme de Kobayashi, "Harakiri", todo o sistema político do Japão feudal, e o código samurai de fidelidade (Bushido),são colocados em conflito directo com as bases sociais mais íntimas do casamento e da família. Desta forma, Kobayashi expõe a falência moral e a falta de compaixão de um código que não valoriza o ser humano individual. Ichi é a catalisadora desta revelação. A sua união sexual com Matsudaira é falsa porque não é construída sobre o amor e respeito mútuo. O bushido falha como sistema para governar as suas vidas de verdadeiros seres humanos, quando se exige que deixe um verdadeiro relacionamento a fim de proteger a honra.
Ganhou o FIPRESCI Prize no festival de Veneza de 1967.

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