Apesar de trabalhar exclusivamente durante a era do som, Jacques Tati foi sem dúvida o último dos grandes comediantes mudos. A sua personagem de assinatura, Monsieur Hulot, ocasionalmente murmura uma palavra ou duas, mas há sempre muita conversa de fundo nos seus filmes, que são famosos pelas suas ricas bandas sonoras, complexas, e meticulosamente construidas na pós-produção. Ao mesmo tempo, o seu estilo de slapstick tem muito mais em comum com nomes como Charlie Chaplin, Buster Keaton ou Harold Lloyd, do que com os próprios realizadores da sua geração.
Depois de interpretar um punhado de comédias, dirigidas por outros realizadores, durante a década de 30 (incluindo René Clément), Tati esteve em acção durante a Segunda Guerra Mundial, estabelecendo então um número de sucesso nos cabarets de Paris. Porque Clément não estava disponível para dirigir uma curta a partir de um argumento seu sobre uma escola para carteiros, Tati assumiu ele próprio o comando. Dois anos depois, “L’école Des Facteurs” serviu de base para a primeira longa metragem do futuro realizador, Jour De Fête (1949). Enquanto Tati desempenha o papel mais significativo - do carteiro de uma pequena vila, que vê um documentário sobre métodos de correio americanos, e se torna obcecado em aumentar a produção - o filme, passado durante e depois do dia da feira na terra, funciona mais como um retrato afectuoso de uma pequena comunidade, frequentemente levada a excessos. Este filme estabelecia Tati como tendo um talento especial para a repetição criativa, e para a comédia.
Ao longo desta semana vamos ficar a conhecer a curtíssima carreira de Tati. Curta, mas gloriosa.
Segunda: "L'école des facteurs" (1947) + "Jour de Fête" (1949)
Terça: "Les vacances de Monsieur Hulot" (1953)
Quarta: "Mon Oncle" (1958)
Quinta: "Playtime" (1967)
Sexta: "Trafic" (1971) + Parade (1974)
Uma boa semana para todos. Espero que o ciclo seja do vosso agrado.
Beaucoup de merci!
ResponderEliminar: )
TD
Que lindo ciclo!
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