segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Quaresma (Quaresma) 2003


David é casado, tem uma filha pequena, e está a poucos dias de partir para o estrangeiro com a família. Mas com a morte do avô, ele tem ainda que regressar à terra, e ao seio de uma família com quem há muito não convivia. E uma viagem que era para durar o tempo de um funeral, acaba por transformar-se numa estadia de vários dias. Porque aí David conhece a mulher do seu primo, e vai-se deixando enredar no seu sortilégio de mulher perturbada mas encantadora...
Eis um daqueles filmes que apetece amar sem conta, peso ou medida. A cada imagem, a cada novo gesto, sentimos planar as forças mais essenciais da existência - o desejo, a solidão, o fardo de gerações sobre as nossas costas, as pedras, o frio, a incomunicação dos corpos e das idéias - numa espécie de teia onde uma jovem mulher se debate, sem saber que caminho dar à sua inquietude. Ainda por cima essa mulher tem o nervo de uma actriz de excepção - Beatriz Batarda - a reivindicar todo o nosso assombro. Mas o filme peca por alguma insuficiência no tecido dramatúrgico, na concatenação dos conflitos entre os personagens, na geografia dos sentimentos, prometendo sempre voar mais alto que aquilo que concretiza. Mesmo assim é um filme para ser visto.
Foi selecionado para o Festival de Cannes.

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