sábado, 30 de agosto de 2014

Terror Gótico Italiano

Castelos isolados, corredores empoeirados, nevoeiro, galhos de árvores que nos atingem como se fossem mãos, viajantes encalhados, amantes que conspiram para assassinar, passagens secretas que descem até criptas em deterioração - este é o sumo do terror gótico italiano, um dos mais emocionantes e atmosféricos sub-géneros do cinema.
A idade de ouro do terror italiano começou em 1957, com "I Vampiri", de Riccardo Freda. Este conto maravilhosamente filmado sobre transfusões de sangue, teve origem na lenda de Elizabeth Bathory, que segundo a história preservava a sua beleza banhando-se no sangue de virgens. Mais importante do que isso, foi o primeiro filme a mostrar-nos uma personagem monstro-mulher, um ingrediente recorrente (e fundamental), do cinema de terror italiano, nascido da atitude da cultura em relação à sexualidade feminina, que combinava partes iguais de amor e medo.
Depois de um período calmo do cinema de terror, que já vinha desde meados da década de 40, "I Vampiri" sinalizava a aproximação de uma nova tempestade de cinema de terror, que viria a ultrapassar largamente a dos monstros da Universal dos anos 30 e 40.
Mas o impacto de "I Vampiri" permaneceu relativamente insignificante durante alguns anos. Por mais que o filme fosse respeitado e considerado um dos clássicos do cinema de terror, poucos filmes italianos seguiram o seu rasto, no imediato. Em paralelo desenvolvimento em Inglaterra, os estúdios da Hammer estavam ocupados com a sua própria interpretação de uma diferente lenda - um remake de Frankenstein. O sucesso das produções da Hammer sinalizavam para os cinéfilos de todo o mundo, reviver o poder dos antigos monstros da Universal.
Entretanto filmava-se no México, onde Fernando Mendez realizava "The Vampire" (1957), e em França, onde Georges Franju realizava "Les Yeaux Sans Visage (1959), começando uma vaga de contos horripilantes, e foi aí que os realizadores italianos responderam com uma enxurrada de filmes. Entre 1960 e 1966, os italianos fizeram alguns dos melhores filmes de terror atmosférico já feitos.
Depois de fazer a fotografia de "I Vampiri" e "Caltiki", Mario Bava virou-se para a realização. O seu primeiro filme, "La Maschera del Demonio", é uma obra prima do terror gótico, um dos mais perfeitos filmes de terror de todos os tempos. Com magníficos cenários que evocam um mundo traiçoeiro de sombras (parecido com o do film noir americano), e câmeras que nos arrastam para criptas deterioradas e passagens secretas, "Black Sunday" (como era conhecido na América) criava um mundo de pesadelo, um mundo perto da obra Lovecraftiana, onde as força do mal estavam em constante perigo de emergir das sombras.
"Black Sunday" também nos iria introduzir a um outro ícone do cinema de terror italiano: a face de Barbara Steele. Sem ela este sub-género teria sido, de facto diferente.

Vamos deixar de lado este "La Maschera del Demonio" (mas aqui fica a referência se quiserem ver), que já passou várias vezes pelos thousand movies, e vamos ver cinco obras que são completamente novas para nós. Vamos começar por "I Vampiri", e vamos até 1966, a tal idade de ouro do cinema gótico italiano. Espero que gostem.

Segunda: I Vampiri (1957), de Riccardo Freda

Terça: Il Mulino Delle Donne di Pietra (1960), de Giorgio Ferroni

Quarta: L'Orribile Segreto del Dr. Hichcock (1962), de Riccardo Freda

Quinta: La Frusta e il Corpo (1963), de Mario Bava

Sexta: Operazione Paura (1966), de Mario Bava

PS: no fim poderá haver umas surpresas. 


Choque de Titãs (Clash of the Titans) 1981



Ao responder a um enigma aparentemente impossível, Perseu, o filho de Zeus, ganha a mão da Princesa Andrómeda em casamento. Mas os problemas surgem com o aparecimento de Calibos, o antigo amor da princesa, e com a mãe dele, a deusa Thetis. Para impedir que o temido Kraken seja liberto, Andrómeda tem de ser sacrificada e Perseu vai em busca de Medusa, porque a cabeça dela é a única coisa que pode deter o Kraken.
Embora seja mais conhecido como o último trabalho em stop-motion pelo mágico Ray Harryhausen, é nos cenários imaginativos,  vilões coloridos, e cenas de acção muito bem desenvolvidas por Desmond Davis, que reside a força do filme. Podemos mais facilmente lembrar-nos das cenas-chave do filme, do que de toda a história, porque a força dessas cenas é mais do que suficiente para garantir que o filme siga a bom porto.A sequência de batalha entre Perseu e Medusa é talvez a cena mais marcante do filme, a enormidade de Kraken, o detalhe de Bubo, a coruja mecânica, o gracioso galopar de Pegasus, a letalidade dos escorpiões gigantes, e o olhar sinistro de Calibos - tudo criações de Harryhausen, que combinam bem com a live action, infundindo no filme uma sensação fantástica.
E depois ainda há a destacar o elenco, apesar de alguns actores serem pouco mais do que meros figurantes: Laurence Olivier, Claire Bloom, Maggie Smith, Ursula Andress, Harry Hamlin (como Perseu), Burgess Meredith, entre outros.

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quinta-feira, 28 de agosto de 2014

O Vale dos Monstros (The Valley of Gwangi) 1969



O cowboy James Franciscus procura fama e fortuna capturando um Tyrannosaurus Rex que vive no Forbidden Valley para o colocar num circo mexicano. Mas a sua vítima, chamada Gwangi, parece ter aversão a ser mostrado em público...
O conceito original para Gwangi foi de Willis O'Brien, o criador dos efeitos especiais de "King Kong" (1933), mas nunca foi posto em prática, pelo menos até "Mighty Joe Young", que usou algumas idéias, assim como usaria o filme The Beast of Hollow Mountain (1956). Vendo este filme de Harryhausen facilmente se acredita como a idéia de colocar dinossauros contra cowboys seria tão atrativa. Parece um pouco rebuscado vê-la em acção, mas depois acaba por resultar muito bem. O argumento não é nada de especial, apenas uma variação de "The Lost World", embora muito também pudesse ser dito de "King Kong". Mas neste caso, a acção é bastante secundária, já que é a acção que é a força motora do filme. O grande problema é que demora muito tempo a partir para a acção, uma vez que a primeira metade do filme perde tempo demais com caracterizações de personagens, que acabam por não ter grande importância quando a acção começa a evoluir. A partir daqui é uma obra marcante, em especial a última sequência.
A magia de Harryhausen é deliciosa como sempre. Em Gwangi ele criou algumas das melhores sequências com dinossauros da história do cinema. Algumas décadas depois, os monstros em stop-motion incrivelmente articulados ainda têm o poder de encantar na tela, como tinham naquela altura. 

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terça-feira, 26 de agosto de 2014

Os Argonautas (Jason and the Argonauts) 1963



Jason tem sido profetizado para assumir o trono de Tessália. Quando salva Pélias de se afogar, não reconhece nele o homem que anos antes matou o seu pai, e segue o seu conselho de para viajar até Colchis e encontrar o lendário Velo de Ouro. Jason monta uma equipa para velejar com os melhores homens gregos, incluindo Hércules. Estão sobre a protecção de Hera, raínha dos Deuses, e a viagem estará repleta de batalhas épicas...
Primeira tentativa de abordar o mito grego pela equipa de produção de Ray Harryhausen e Charles H. Schneer, que manteve a chama do cinema fantástico e as artes dos efeitos especiais vivas, durante algumas décadas. Com argumento escrito por Beverley Cross, que mais tarde viria a trabalhar em "Clash of the Titans" para este duo, e Jan Reed, e destaca-se entre os filmes do canon Harryhausen com a narrativa mais forte. O filme distingue-se pela sua descrição quase naturalista de tempo e lugar, nos lugares autênticos onde foi recriado o passado distante.
Visual e conceitualmente adere aos aspecto do modelo que Nathan Juran tinha estabelecido na sua primeira colaboração com Harryhausen, em "The 7th Voyage of Sinbad (1958)", expandindo algumas dessas idéias, como o duelo final dos esqueletos, mas o realizador Don Chaffey rejeitou o tom juvenil desse filme, a favor de uma obra mais ousada, de tom mais negro. Chaffey que mais tarde viria a pertencer à escola da Hammer, embora na sua vertente mais lúdica. Foi dele um dos filmes mais caros e de maior sucesso desta produtora, embora não fosse um filme de terror,  One Million Years B.C.(1966), que também se valeu dos efeitos especiais de Harryhausen. Argonautas captura a cultura que vê a eternidade em cinzas, e onde o mar se levanta em glória personificada, os vestígios dos templos abrigam as vontades dos deuses, e toda a esperança do mundo está pendurada nos ramos de uma árvore. Um verdadeiro marco na história dos efeitos especiais.

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A Ilha Misteriosa (Mysterious Island) 1961



Durante a guerra civil americana, prisioneiros da União escapam num balão e acabam presos numa ilha do Atlântico Sul, habitada por plantas e animais gigantes. Devem encontrar uma maneira de sobreviver aos perigos e voltar para casa.
Adaptação do famoso livro de Julio de Verne, sequela de "20.000 Léguas Submarinas", é um dos mais satisfatórios filme em que Harryhausen trabalhou desde 1958 até 1963, trabalhando em quatro famosas adaptações literárias. Em termos de entrega, emoções, e argumento transgride vários grupos etários. Temos acção, exotismo, e algum terror e tragédia e o sentido inerente de temor que premeia as obras de Jules Verne.
Os argumentistas alteraram a história de Verne de 1874 para permitir a entrada das criaturas de Harryhausen, e uma dupla de mulheres britânicas snobs, mas a história continua fiel à narrativa de um repórter e soldados rivais que escapam da prisão num balão gigante, para aterrarem numa ilha composta por uma flora e uma fauna bastante estranha. Adicione-se a isto piratas, o Capitão Nemo, um vulcão em erupção, e as audiências têm uma bela história de sobrevivência.
As criaturas de Harruhausen são magníficas, os gestos articulados do caranguejo gigante são totalmente naturais, mas mesmo antes da sua aparição formal na tela a sua aberrante estatura está implícita através de sombras e personagens atingidas pelo medo, o que faz o público salivar por ver este estranho monstro.
Magnífica banda sonora de Bernard Hermann, e dos actores destaca-se Herbert Lom no papel de Capitão Nemo.

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segunda-feira, 25 de agosto de 2014

A 7ª. Viagem de Sinbad (The 7th Voyage of Sinbad) 1958



O Capitão Sinbad (Kerwin Mathews), navega para Baghdad com a sua noiva, depois de uma missão de paz bem sucedida, ao reino vizinho de Chandra. Ele e  Parisa (Kathryn Grant), a princesa real de Chandra, estão muito apaixonados. Ventos misteriosos têm soprado o navio para fora de rumo faz uma semana, até que eles finalmente conseguem chegar a terra firme, a lendária ilha de Colossa. Quando Sinbad e alguns membros da tripulação desembarcam para reunir provisões, encontram o mágico Sokurah a ser perseguido pelo gigante Cyclops, de quem o mágico roubou uma lâmpada contendo um génio. Eles conseguem fugir da ilha, mas Cyclops reclama a lâmpada mágica, e o mágico não é aquela pessoa boa que aparentava ser.
Alguns filmes assim que são mencionados provocam um sorriso espontâneo. "The 7th Voyage of Sinbad" certamente que é um deles, capaz de gerar grandes sorrisos, e quentes lembranças. Um filme de aventuras, baseado nas aventuras de Sinbad, e com efeitos especiais de Ray Harryhausen, é algo que não podia falhar. O realizador Nathan Juran e Harryhausen trazem os monstros para a tela a um ritmo implacável, como se o filme não tivesse partes chatas.
Sinbad marcou uma nova era para Harryhausen, uma fantasia cheia de criaturas épicas, todas filmadas a cores, e com uns valores de produção de luxo. Foi também a primeira vez que Harryhausen enfrentou o desafio de animar tantas criaturas diferentes ao mesmo tempo, e o resultado não podia ter sido melhor - desde o centauro Cyclops ao duelo com o esqueleto (precursor de uma cena de muito maior escala em "Jason and the Argonauts").
 Como filme de fantasia, "The 7th Voyage of Sinbad" é o filme de fantasia quase perfeito, mantendo o entretimento cinematográfico atemporal, mais de meio século depois de ter sido feito.

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domingo, 24 de agosto de 2014

Ray Harryhausen

Em 1933, com 13 anos de idade, Ray Harryhausen viu "King Kong" no cinema, e ficou apaixonado, não apenas pelo gorila Kong, que claramente não era apenas um homem num fato de gorila, mas também pelos dinossauros. Saíu do teatro surpreso e assombrado, pois tudo parecia absolutamente realista, e queria saber como tudo tinha sido feito. Tinha sido feito através de uma técnica de stop-motion, modelos articulados, filmados um fotograma de cada vez, para simular movimento. Harryhausen, mais tarde, tornou-se o principal expoente desta técnica.
Em jovem ele tinha interesse em animais pré-históricos, e modelos criados em barro. Começou a trabalhar com uma câmera emprestada, trabalhando à volta do facto de que ele não tinha um mecanismo stop-frame, e mostrou as suas experiências a Willis O'Brien, o tal que tinha feito os efeitos especiais de "King Kong". O veredicto de O'Brien, que os modelos de Harryhausen não tinham qualquer carácter, e que ele devia estudar anatomia, foi um ponto de viragem na abordagem de Harryhausen ao seu trabalho.
No Los Angeles City College continuou as suas experiências com uma nova câmera de 16mm, e em 1940 quando o marionetista George Pal fugiu da Europa para Hollywood Harryhausen mostrou-lhe o seu trabalho e foi contratado para a série de Puppetoon de Pal, para a Paramont, ao lado de O'Brien. Mas as figuras de madeira de Pal não se adequavam ao trabalho destes dois.
Em 1946, depois de ter estado na guerra, estava desempregado iniciou uma série de curtas de 2 minutos sobre contos de fadas, com material de stock da Kodak que tinha encontrado, e teve sucesso, tendo como resultado vendido os filmes a escolas e livrarias.
O'Brien chamou-o então para seu assistente nos efeitos especiais de "Mighty Joe Young", uma espécie de continuação de "King Kong", e apesar do filme ter sido um fracasso comercial ainda ganhou o Óscar de Melhores Efeitos Especiais. Foi então que nos anos 50 Harryhausen começou a trabalhar mais para o cinema, primeiro em "The Beast from 20,000 Fathoms", depois em "It Came From Beneath the Sea", "Earth vs. the Flying Saucers" ou "20 Million Miles to Earth", alguns dos quais vimos no ciclo de Sci-fi dos anos 50.
Para este ciclo, vamos pegar na sua carreira a partir daqui, e ver os seus melhores trabalhos até aos anos 80. Espero que seja do vosso agrado. Eis a programação desta semana:

Segunda: The 7th Voyage of Sinbad (1958), de Nathan Juran

Terça: Mysterious Island (1961), de Cy Enfield

Quarta: Jason and the Argonauts (1963), de Don Chaffey

Quinta: The Valley of Gwangi (1969), de Jim O´Connolly

Sexta: Clash of the Titans (1981), de Desmond Davis


sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Cidade Portuária (Hamnstad) 1948



Berit é uma jovem com problemas, é suicida e depressiva. Como lhe é impossível viver com a mãe, ela passou muitos anos em instituições. Agora ela tem um emprego numa fábrica, com a condições de que possa viver com a mãe de novo. A relação entre as duas continua muito tensa, até que uma noite ela conhece um homem chamado Gösta. Será que ele a poderá ajudar?
Na sua quinta longa-metragem Bergman deixa os limites da cidade, e da vida urbana, e vai para fora, filmando em exteriores, num verdadeiro estaleiro naval. A utilização de um ambiente verdadeiro prepara a acção para um argumento mais realista, e sexualmente mais firme. Se Gösta à primeira vista parece um personagem bidimensional, é apenas porque ele não tem sentimentos. Ele pode lutar por uma mulher, e até mesmo dizer que a ama, mas não até Berit testar os seus níveis de compromisso, que ele também tem de testar a si próprio. A sua explosão emocional é intensa, mas a sua mudança para uma alma sensível é convincente. A certa altura Bergman tem Eklund a olhar directamente para a câmera como se ele estivesse a olhar directamente para o público, em vez da prostituta com quem ele está no quarto, e o efeito é de arrepiar.  
"Hamnstad" está um pouco à frente no seu tempo, mostrando directamente que a maioria dos reformatórios são prejudiciais para problemas futuros. Bergman arranca um desempenho notável a Nine-Christine Jönsson. Como Berit ela é perturbada e neurótica, mas também consegue arrancar momentos de ternura. Aqui já temos uma sugestão da afinidade de Bergman para trabalhar com actrizes. Afinidade essa que lhe daria alguns dos seus melhores trabalhos, no futuro.

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quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Uma Luz nas Trevas (Musik i Mörker) 1948



Na Suécia, o pianista da classe alta, Bengt Vyldeke, sofre um acidente no serviço militar, e fica cego. Volta para casa da sua tia, Beatrice Schröder, e no ínicio é ajudado pela irmã Agneta, desde que a sua noiva Blanche o abandonou.Quando Agneta vai para a universidade é a jovem criada Ingrid que ajuda Bengt na sua vida diária, e acaba por se apaixonar por ele...
Depois de gozar o sucesso dos seus dois primeiros filmes, Bergman foi abruptamente trazido de volta à terra depois do fracasso comercial de "A Ship Bound For India". O realizador ainda tinha muito a aprender sobre a indústria do cinema, e a sua primeira consideração nesta fase da carreira, é que os seus filmes tinham de ser um sucesso comercial. Depois de deixar a Svensk Filmindustri, foi trabalhar com um produtor independente chamado  Lorens Marmstadt, e os seus estúdios Terrafilm, para trabalhar na adaptação de "Music in Darkness", de Dagmar Edqvist. Bergman odiava a história, mas trabalhou com o autor no argumento, e estava determinado a manter o filme divertido, dentro do estilo do seu mentor inicial, Gustaf Molander. Resultou, e o filme foi um sucesso, consolidando a reputação de Bergman, e abrindo caminho para a Svensk Filmindustri.
Apesar de ter sido um sucesso como entretimento popular, não tem quase nada do que hoje em dia é reconhecível de Bergman, e é um melodrana bastante leve. A luta por equilibrar o melodrama com o psicodrama porque ele se tornaria conhecido nos seus filmes posteriores, é evidente nas primeiras cenas do filme. Bergman equilibra bem o contraste entre a escuridão e a luz, dando ao filme um tema forte, balanço e estrutura, mas parece não ter a força das suas convicções melodramáticas. Na altura em que fez este filme, não parecia ter a convicção ou a capacidade de retratá-lo melhor na tela. Ainda assim é uma curiosidade para os fãs do realizador.  

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Um Barco para a Índia (Skepp till India Land) 1947



O marinheiro Johannes Blom regressa ao seu porto de origem, depois de sete anos no mar, para descobrir que a mulher em quem ele pensava está completamente desanimada. A história anda então sete anos para trás (os flashbacks viriam a tornar-se habituais nos filmes de Bergman), até uma altura em que Johannes vivia e trabalhava com o seu abusivo pai, Alexander.
Terceiro filme de Ingmar Bergman, e o primeiro a ser lançado na América. É uma história melodramática, madura e complicada, sobre quatro almas díspares, cujas vidas precisam de ser recuperadas. Todas elas parecem ter algum tipo de ligação com um rebocador velho que salva destroços. Bergman escreveu o argumento a partir de uma peça de  Martin Söderhjelm, e apesar de estar ainda longe dos seus melhores trabalhos, já se encontram aqui alguns vislumbres do que viria a ser o seu cinema, sobretudo no que toca à alienação e à solidão, temas que seriam recorrentes na obra do realizador.
Com este filme, Bergman estende o naturalismo teatral dos seus dois primeiros filmes, para uma formação um pouco mais grotesca da crueldade humana, através da empobrecida família de Blom, e são rasgados e torturados por várias decisões, demónios e deformidades. E tal como muitos dos filmes posteriores de Bergman, apresenta aqui o litoral como cenário, a mais sombria e radiante vista da Suécia, um desperdício de luz que não favorece muito a captação cinematográfica, mas do qual Bergman sempre soube tirar o máximo proveito.
É um dos filmes mais complexos psicologicamente do realizador, que faz um uso abusivo do simbolismo. Recebeu uma grande ovação no festival de Cannes.

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terça-feira, 19 de agosto de 2014

Chove no Nosso Amor (Det Regnar på Vår Kärlek) 1946



Maggi conhece David depois de ter perdido o comboio, e passa a noite com ele. Sem dinheiro, os jovens amantes invadem uma casa de verão, mas são surpreendidos pelo dono, que se oferece para lhes alugar a casa, não sabendo eles que esse homem tem um motivo escondido. Vivendo juntos, os dois jovens têm de enfrentar o passado, e lidar com uns vizinhos intrometidos, e as autoridades.
O segundo filme de Ingmar Bergman pode ser pouco polido, e faltar-lhe a profundidade que iria caracterizar o seu trabalho posterior, mas é mais do que uma curiosidade no seu catálogo secundário. Os primeiros sinais de um realizador capaz de atraír o seu público para a situação de personagens altamente empáticas, neste caso, dois estranhos que se encontram numa estação de comboio. Ambos estão abandonados à sua sorte, sem dinheiro, e com um passado turbulento.
Embora atravessado por algumas piadas centradas nas personagens excêntricas da cidade, o filme acaba por trazer uma visão bastante sombria da humanidade. Independentemente das boas intenções do casal, cada mudança para melhor é logo anulada por alguma suspeita ou má vontade dos que os rodeiam, especialmente da parte da esposa do homem que emprega David. A sua resposta maliciosa ao primeiro sinal de perigo de David, ao aceitar uma má noticia através de um telefonema perguntado com uma alegria malévola "O que aconteceu...alguma coisa trágica?", representa o pico do desprezo, atirado como um balde de água fria. Um filme bastante interessante, apesar de se encontrar longe das melhores obras do realizador.

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segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Crisis (Kris) 1946



Ingeborg é uma professora de piano numa cidade pequena, que cria a sua filha adoptiva, Nelly, até à idade adulta. Quando Nelly faz os 18 anos, fica chocada com a chegada de Jenny, a sua verdadeira mãe, a quem ela chama de "tia". Jenny quer levá-la para a grande cidade, e ensiná-la a ser esteticista no seu salão. Estas são notícias devastadoras para Ingeborg, que está doente e não espera viver muito tempo. Ulf está apaixonado por Nelly, e pede-lhe para ficar, mas ela não gosta dele, e está apaixonada por outro homem.
A estreia de Bergman no mundo do cinema manteve um pé no mundo do teatro, com uma adaptação de uma peça de Leck Fisher. A "crise" do título não é referente a uma ameaça física ou situação perigosa, embora haja pelo menos um personagem à beira do precipício, do qual poderá não voltar. Pelo contrário, cada crise que é enfrentada neste filme, é de alma. O filme é um conto de moralidade, e as circunstâncias da narrativa de todas as pessoas envolvidas a questionarem as escolhas que fizeram e onde estão eticamente nas suas vidas.
Superficialmente, e provavelmente para a maioria dos críticos, "Crisis" representava a sedução de uma inocente da pequena cidade, pela corrupção da cidade grande. Mas a forma como a história é contada sugere abordagens de questões mais profundas, de ordem psicológica da angústia existencial, que futuramente iriam estar por detrás de muitas obras de Bergman. A expressão cinematográfica de Bergman já estava bem desenvolvida aqui, mas a inexperiência do realizador estava bem patente, quando ele se sentiu perdido ao fim de três semanas de filmagens, tendo sido enviado Victor Sjostrom para supervisionar o trabalho. Bergman tinha apenas 28 anos nesta altura.

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sábado, 16 de agosto de 2014

Ingmar Bergman - Parte 1

Em Hollywood, apaixonar-se é um final feliz. Nos filmes de Ingmar Bergman o amor é apenas o começo, e o final é sempre uma dúvida. Mas a reputação de Bergman pela melancolia não é merecida.Os primeiros filmes de Bergman têm títulos como "Torment" (como argumentista), e "Crisis", mas eles estão cheios de vida, paixão e ternura, pelo menos nestes primeiros tempos.
A carreira de Bergman começou como argumentista em "Torment" (1944), um conto noir-ish sobre um estudante volátil e o seu sádico professor de latim.  Elegantemente dirigido por Alf Sjoberg, o argumento deste filme já tem as marcas de Bergman: personagens vivas, imprevisíveis, franqueza sexual, e uma visão céptica dos pilares culturais, desde o romance à honra. A primeira aventura de Bergman na realização, "Crisis", traz outro elemento de destaque, os pequenos mas poderosos conflitos entre as mulheres, com uma jovem a ficar dividida entre a sua mãe biológica e a mulher carinhosa, mas conservadora, que a criou. As tensões entre mãe e filha persistem em "Cidade Portuária", um dos mais fortes filmes que veremos esta semana, uma jovem rebelde cuja mãe a envia para o reformatório, para lhe impedir os impulsos suicidas, acabando por se apaixonar por um marinheiro. Este breve e deprimente resumo não captura o fluído movimento da câmera, ou a potência emocional do filme, que equilibra a miséria com a ânsia e a esperança.
Há uma vitalidade e frescura surpreendente nas interpretações de todos os filmes de Bergman. Desde o início Bergman desenha algo genuíno dos seus actores, desenvolvendo um estilo visual que consegue ser atraente, embora aparentemente sem esforço, nunca tentando uma visão impressionante, mas simplesmente capturando os momentos inesperados da vida. Os primeiros filmes de Bergman são mais crús que os seus clássicos posteriores, mas por vezes o talento pode ser visto mais facilmente na sua forma menos polida.



Vamos iniciar aqui uma série de ciclos dedicado a este realizador, ainda sem as próximas datas marcadas, mas vamos começar aqui, com os seus cinco primeiros filmes.

Segunda: Crisis (Kris), 1946

Terça: Chove no Nosso Amor (Det Regnar på vår Kärlek), 1946

Quarta: Um Barco para a Índia (Skepp Till India Land), 1947

Quinta: Uma Luz nas Trevas (Musik i Mörker), 1948

Sexta: Cidade Portuária (Hamnstad), 1948

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Pai e Filho (Otets i Syn) 2003



Representação da relação interior entre um pai e o seu recém amadurecido filho, ambos militares (tal como o pai de Aleksandr Sokurov, o realizador). O título faz-nos pensar que o filme poderia ser sobre uma criança, mas eles estão quase iguais, com o filho (Aleksey Neymsyshev), quase a ultrapassar o pai (Andrey Schetinin) e abandoná-lo, porque as funções paternais do pai estão quase a não ser mais necessárias. Os seus papéis são representados nos termos do que eles fazem pelo outro emocionalmente, não recriando as acções, permitindo que o público observe a uma certa distância.
A influência do mestre Andrey Tarkovsky nesta obra surreal e mística é óbvia, porque qualquer cena podia ser real, imaginária, ou sonhada. Neste mundo simbólico e enigmático, pai e filho são personagens individuais, mas são também um todo, em fases diferentes da vida. Os actores são colocados e posicionados para mostrar a distância, a intimidade, a exteriorizar a relação interior. O filme de Sokurov é bem sucedido a mostrar os dois lados da relação, a natureza contraditória, mas amorosa, que é um conflito entre desejo e necessidade. Tenta mostrar o amor enraizado no espírito, em vez do sexo.
O próprio Sokurov admitiu que a relação entre pai e filho retratada neste filme não podia acontecer na realidade, e por isso mesmo o filme deve ser interpretado como uma fábula, um devaneio poético sobre a relação pai/filho. Grande parte do filme foi gravado em Lisboa, em detrimento de qualquer cidade Russa, como se Sokurov quisesse apresentar ao seu público uma parábola sobre o mundo inteiro no novo milénio, depois da história - aos olhos de certos intelectuais inteligentes - ter chegado ao fim.

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Viagem a Lisboa (Lisbon Story) 1994



O realizador Friedrich Monroe tem problemas a acabar um filme a preto e branco, sobre Lisboa, e chama o seu amigo, engenheiro de som, Phillip Winter, para o ajudar. Quando Winter chega a Lisboa, semanas depois, Monroe desapareceu, mas deixou o filme inacabado. Winter decide ficar, porque está fascinado pela beleza da cidade, e pela cantora Teresa (Teresa Salgueiro), e começa a gravar o som para o filme.
Portugal e a cidade de Lisboa tiveram um papel importante na carreira de Wim Wenders. Foi em Portugal que Wenders fez o seu primeiro filme fora da Alemanha, "A Letra Escarlate", uma obra pouco memorável em termos de cinema, mas que certamente terá levado Wenders a reavaliar a sua carreira, e levá-la para outro nível. Houve uma certa auto-crítica em "O Estado das Coisas", também filmado em Portugal, e em Lisboa, em que o realizador reconsiderou a sua posição como realizador europeu, agora a fazer filmes nos Estados Unidos, e o conflito que surgia na aproximação destas duas formas de filmar tão diferentes. Seria apropriado então, que para o ano do centenário do cinema, Wenders voltasse a Lisboa, para considerar o papel e a função do cinema, se ele está a ser utilizado da forma correcta, e se, depois de 100 anos, não haverá melhor modo de fazer cinema, que não seja através das mesmas ferramentas e técnicas, que existiam quase desde o inicio.
Lisboa, uma cidade que permanece próxima ás suas raízes históricas, mudando rapidamente, uma vez que se vai tornando uma parte importante da Europa, mudando drasticamente, desde os anos em que Wenders a visitou pela primeira vez. Confrontado com as memórias do que a cidade costumava ser e no que se tornou agora, o realizador vê-se obrigado a olhar para ela com olhos frescos. Inicialmente, Wenders baseia-se na velha tradição do cinema - o road movie - que ele próprio ajudou a estabelecer como um meio válido e eficaz, não só para a análise do crescimento de um personagem, mas também para analisar a jornada que é precisa para um realizador completar um filme.
Dentro da carreira de Wenders, não foi dos seus filmes mais admirados, mas vale pela bela fotografia da cidade de Lisboa. Um elenco que conta com alguns actores portugueses conhecidos, incluindo os elementos dos Madredeus, que fazem a banda sonora, numa altura em que estavam no auge da sua carreira.

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quarta-feira, 13 de agosto de 2014

A Cidade Branca (Dans la Ville Blanche) 1983



Um marinheiro suiço (Bruno Ganz) chega a Lisboa, cansado da barulhenta casa de máquinas do navio onde trabalha. Aluga um quarto numa pensão, e escreve cartas para a sua namorada, descrevendo a brancura da cidade, a solidão e o silêncio. Envia-lhe filmes com a sua câmera de 8mm, e é então que conhece Rosa, empregada na pensão onde está a viver, e com quem se envolve. Ele continua a enviar cartas e filmes caseiros, mas a sua namorada está magoada  e com raiva, e lança-lhe um ultimatum...
O suíço Alain Tanner, conseguiu com este filme alcançar o que não conseguiu com mais nenhum. Hipnótico, poético e bastante convincente, é uma obra inigualável da desorientação emocional. Trabalhado num estilo que parece reminiscente da obra do italiano Michelangelo Antonioni, evidente na magnífica abertura do filme, com um navio a chegar a um porto português, usa estruturas físicas e linhas geométricas  que sugerem e simbolizam a intersecção da natureza da vida, que é a espinha dorsal da narrativa elíptica do filme.
O argumento de Tanner narra a tentativa de um marinheiro tentar escapar da sua vida monótona, para um sítio desconhecido. Tanner fá-lo através de uma dupla aproximação, feita tanto através do diálogo - via as longas cartas que o protagonista escreve para a namorada - e a parte inteiramente visual, capturando shots de sonho com uma câmera de 8 mm. Esta arte de usar um filme dentro de um filme, altera as concepções típicas de tempo e espaço, acrescentando ao vazio qualidade onírica da história. Mostrados ao público (e à namorada) sem benefícios narrativos, estes filmes caseiros permitem ao público um pico no processo do pensamento, de forma a que, apenas as palavras nunca seriam suficientes.
Cena após cena, shot após shot, são compostos de modo a que um exercício multidimensional possa ser melhor compreendido. As ruas de Lisboa são mais bem filmadas do que nunca, e ainda há a acrescentar um elenco recheado de actores portugueses: Teresa Madruga, José Carvalho, Francisco Baião, José Wallenstein, Lídia Franco, Joana Vicente, entre outros.

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terça-feira, 12 de agosto de 2014

Lisboa (Lisbon) 1956



Aristides Mavros (Claude Rains), um contrabandista internacional com sede em Lisboa, fez um contrato com Sylvia Merril (Maureen O'Hara), jovem e linda mulher dum ancião americano multimilionário, Lloyd Merril (Percy Marmont),  a fim de conseguir a sua fuga e liberdade dum país atrás da Cortina de Ferro, onde se encontra incomunicável durante dois anos. Precisando dum barco veloz, Mavros contrata o serviço do capitão Robert Evans (Ray Milland), um ex oficial da marinha de guerra dos Estados Unidos, actualmente exercendo actividades ilegais transportando contrabando de vinhos e jóias no seu barco Orca.
Primeiro filme americano filmado em Lisboa, com interiores nos estúdios da Tóbis, e exteriores em alguns locais de Lisboa: Torre de Belém, Praça do Comércio, Castelo de S. Jorge e Mosteiro dos Jerónimos. Segunda obra realizada por Ray Milland (também protagonista), é um filme de série B bastante modesto, mas também muito charmoso.
Elegância é a palavra que melhor descreve este filme. A direcção de arte é um desses temas obscuros que ninguém se preocupa, mas neste caso, todo o filme é todo ele uma festa para os nossos olhos, graças a uma gestão inteligente de arte, usando tons de azul e castanho para reflectir a beleza natural das paisagens de Portugal. Cada frame é uma pintura quase perfeita, e o filme vale sobretudo pelos seus exteriores sumptuosos.
A banda sonora incluía a versão instrumental de "Lisboa Antiga", assinada por Nelson Riddle, que foi nº 1 no top dos Estados Unidos da América.

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segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Os Amantes do Tejo (Les amants du Tage) 1955



Um taxista francês em Lisboa, transportando as cicatrizes de um casamento que terminou em tragédia quando a encontrou com o amante quando regressava da guerra. Uma francesa com problemas com a lei, e com um inspector da polícia no seu rasto. Apaixonam-se perdidamente, mas por causa do seu passado ele não é capaz de confiar na mulher, pensado que ela o está a usar para fugir à polícia. Ela vai ter de escolher entre fugir com ele e permanecer sempre na dúvida ou entregar-se para provar que o ama.
Adaptação de um romance de Joseph Kessel, não é certamente dos filmes mais famosos de Henri Verneuil, mas ainda assim é uma obra bastante interessante, onde encontramos a veia mais exótica e romântica do realizador, em vez da mais política, que era mais habitual nas suas obras.
Filmado numa Lisboa dos anos cinquenta, ainda sem ponte, e sem cristo-rei, mas em ruas com pregões populares, varinas, empregados de mesa fardados, ardinas, engraxadores, e Salazar, que mandou cortar cerca de 20% do filme.
Amália Rodrigues canta o famoso fado "Barco Negro", e do elenco destacam-se três estrelas: Daniel Gélin, Françoise Arnoul, e o actor inglês Trevor Howard, conhecido na altura pelo noirish "The Third Man", e cuja pronuncia francesa está muito bem disfarçada.
Vale sobretudo como um belíssimo cartão postal de Lisboa nos anos 50. Legendado em inglês.

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domingo, 10 de agosto de 2014

Lisboa

"With the coming of the Second World War, many eyes in imprisoned Europe turned hopefully, or desperately, toward the freedom of the Americas. Lisbon became the great embarkation point. But, not everybody could get to Lisbon directly, and so a tortuous, roundabout refugee trail sprang up - Paris to Marseilles..."

Estas são as palavras de Lou Marcelle que abrem "Casablanca", uma das primeiras vezes que a cidade de Lisboa foi referida num filme de nível internacional. Lisboa sempre foi uma cidade cobiçada devido ao seu posicionamento estratégico, mas foi com a segunda guerra mundial, com as suas histórias de espiões, principalmente por Portugal ser um país neutro, que ficou mais conhecida. Enquanto a Europa ardia, por Lisboa passeava-se tranquilamente, e a cidade tornou-se num sitio estratégico, para demonstrar que a história é feita de ciclos.
Foram bastantes os realizadores que desde então se sentiram atraídos por Lisboa, e para cá vieram filmar. O mais simbólico filme talvez seja "Lisbon Story", de Wim Wenders, e a ele juntei mais quatro diferentes visões para completar este ciclo, algumas delas obras perdidas no tempo, que merecem ser recordadas.
Eis o alinhamento do próximo ciclo.

 Segunda: Os Amantes do Tejo (1955), de Henri Verneuil

Terça: Lisboa (1956), de Ray Milland

Quarta: Dans la Ville Blanche (1983), de Alain Tanner

Quinta: Lisbon Story (1994), de Wim Wenders

Sexta: Pai e Filho (2003), de Alexandr Sokurov


sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Férias MTTM

Problemas de ordem técnica não me permitem publicar o último filme deste ciclo: "Fair Game".
Entretanto o M2TM vai entrar uma semana de férias, e volta depois para o ciclo Lisboa.
Já agora, se quiserem passem pela Fyodor Books amanhã, para o início do ciclo "Cinema Italiano de Género." Até breve.